sábado, 5 de julho de 2008

Favoritos nos 800m rasos

Mais uma vez do Canadá, onde eu estarei estudando inglês até o fim do mês, continuarei as analises das provas de atletismo nos Jogos Olímpicos de Pequim. Novamente de um computador com acentos na Língua Portuguesa, mas sem tempo para arrumar as postagens anteriores quando não tinha como colocar acentos nas palavras, darei meus palpites nas provas de meio fundo do atletismo, os 800m tanto para homens como para as mulheres.

Entre os homens, a equipe queniana chega muito forte para brigar por medalhas. O atual campeão mundial Alfred Yego é um dos favoritos para medalha, principalmente pelo fato de já ter corrido em 1min43s, um dos melhores tempos da história da prova. Wilfred Bunguei e Boaz Kiplagat completam o time do país com mais tradição nas provas de meio e fundo. Os dois tiraram dos Jogos Olímpicos David Rubicha, que tem até o momento cinco das dez melhores marcas da temporada.

Numa prova em que geralmente temos muitas surpresas, poderemos ter o atleta do Sudão Abubaker Khamis no pódio. Ele tem o melhor tempo do mundo neste ano, com 1min42s69. Campeão indoor deste ano, correu ano passado na casa dos 1min43s.
O canadense Gary Reed, medalha de prata no mundial do ano passado, quando surpreendeu vários favoritos, não tem um dos 10 melhores tempos do ano, mas pode ser a surpresa, como foi ano passado. Ele foi eliminado nas semi finais em Atenas 2004 e foi sétimo no mundial de 2005.

O campeão pan-americano Yeimer Lopez, de Cuba, tem a segunda melhor marca do mundo e é outro que brigará pelo pódio numa das mais equilibradas provas do atletismo. Ex- especialista nos 400m, migrou para os 800m depois das olimpíadas de 2004 e pode conquistar sua primeira medalha olímpica.
O atual campeão olímpico, o russo Yuriy Borzakovskiy, foi medalha de bronze no mundial do ano passado e tenta retomar a coroa de melhor corredor de 800m do mundo. Ele foi prata no mundiais de 2003 e 2005 e é um dos mais experientes na prova.
Outro medalhista olímpico de 2004 tem chances reais de repetir o pódio. O sul-africano Mbulaeni Mulaudzi tem o quarto melhor tempo deste ano e pode repetir ou até melhorar a prata de Atenas 2004. Com uma íncrível constância, corre pelo menos uma vez por ano abaixo dos 1min45s desde 2001.
Três americanos disputarão a prova e o que tem mais chances é Nicholas Symmonds, que venceu as seletivas do país,e com isso tem um dos melhores tempos da temporada, 1min44s60. Kamel Saadi, de Brunei, medalha de bronze no mundial indoor deste ano também fez boas marcas esse ano e deve brigar por uma boa posição.
Clique AQUI para ver as chances dos brasileiros
Aposta
Alfred Yego (QUE)- Ouro
Yeimer Lopez(CUB)- Prata
Yuriy Borzakovskiy (RUS)- Bronze

NOS JOGOS OLÍMPICOS
A medalha de ouro ficou com um queniano, mas não o que era o maior dos favoritos. Wilfred Bungue fez seu melhor tempo na temporada com 1min44s65 para ficar com a medalha de ouro na prova numa chegada emocionante em que os cinco primeiros foram separados por menos de meio segundo.
Bungei superou os adversários após uma reta final disputada até os últimos metros. Medalhista de prata, Ismail Ahmed Ismail chegou apenas cinco centésimos depois do vencedor. E o também queniano Alfred Yego, campeão mundial, cravou 1min44s82 para levar o bronze.
O cubano Yeimer Lopez chegou na sexta posição com 1min45s88, um pouco mais atrás do primeiro pelotão. O canadense Gary Reed foi quarto, enquanto na quinta posição o atleta do Bahrein Yussef Camel. O russo Yuriy Borzakovski acabou ficando fora da final, adotando uma tática errada, deixando a prova ser decidida no fim. Ele, apesar de ter muito fõlego ainda, não conseguiu bater seus adversários mais rápidos, que se pouparam durante a prova.

Na prova feminina, o equilíbrio permanece. Janeth Japkosgei, do Quenia, foi campeã mundial ano passado com um tempo na casa de 1min56, o melhor de 2007. Esse ano, tem apenas a 10ª melhor marca da temporada mas ainda pode ser considerada uma das grandes favoritas para a prova.

Sua principal adversária deve ser a marroquina Hasna Benhassi, medalha de prata nos Jogos Olímpicos de 2004 e nos mundiais de 2005 e 2007. Com o tempo de 1min56s feitos em Atenas, ela bateu o recorde nacional da prova que pendura até hoje, já que nem mesmo a própria atleta superou.
Outra queniana estará na briga pela medalha. Pamela Jalimo, que é a única atleta até o momento com uma marca na casa de 1min54s no ano, é a atual campeã africana e com apenas 19 anos tenta uma medalha olímpica. E pode ser considerada uma das favoritas.

A espanhola Mayte Martínez foi medalha de bronze no mundial do ano passado mas desde então não obteve grandes resultados, sequer aparecendo na Top List da IAAF. Disputará sua terceira olimpíada, mas nunca chegou perto do pódio.
Duas russas fizeram boas marcas esse ano. Yelena Soboleva tem o segundo tempo da temporada, com 1mn55s70 e tentará repetir a dobradinha que a britânica Kelly Homes fez em 2004, quando venceu os 800m e 1500m. Já Maryia Shapayeva, campeã mundial junior em 2003, tenta finalmente um bom resultado em um campeonato adulto. Esse ano, fez 1min57s90. A equipe russa ainda não está definida e outras três atletas lutam por vaga, inclsive a quarta colocada no mundial do ano passado, Olga Kotlyarova.

As eslovacas Licia Klocová, que tem a quarta marca do ano, e Brigita Langerhoc, finalista do mundial do ano passado, chegarão com chances de medalhas.
A provas dos 800m rasos, na minha opinião, é a mais emocionante do atletismo, já que não chega a ser uma prova de fundo mas também não é de velocidade. Precisa-se mesclar muito bem resistência com força, e a chegada costuma ser eletrizante. Uma das provas, principalmente no feminino, mais difíceis de se prever.

Aposta
Hasna Benhassi (MAR)- Ouro
Janeth Japosguei (QUE)- Prata
Pamela Jalimo (QUE)- Bronze

NOS JOGOS OLÍMPICOS
Um dos recorde mundiais mais antigos permece, mas está perto de ser batido. A queniana Pamela Jalimo ficou com a medalha de ouro na prova com 1min54s87, pouco mais de 1s acima do recorde. Essa marca foi o recorde mundial junior, além de ter sido também o recorde africano. Sua compatriota Janeth Japosguei tentou acompanhá-la nos metros finais, não conseguindo vencer, mas ficando com a prata.
Quem foi bronze foi Hasna Benhassi, de Marrocos, que chegou praticamente junta com a queniana depois de tentar acompanhar o rítmo da vencedora.
A moçambicana Maria Mutola, uma das lendas da prova, ficou na quinta posição no que foi, provavelmente, sua última olimpíada.

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